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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Conhecemos a Poesia Marginal e o Poeta Chacal, na Biblioteca de Cananéia

Ricardo Chacal em Cananéia


Terça feira (11), conhecemos o irreverente e criativo poeta Chacal, que nos contou um pouco de sua vida e carreira de poeta, compositor, produtor e oficineiro.
Falou de quando lia poemas clássicos como de Olavo Bilac (Língua Portuguesa) ou Gonçalves Dias (O Amor), pensava de como são complexas as palavras destes poemas, de um entendimento muito difícil para a nova geração. Concluia que poesia não seria sua praia...até conhecer Oswald Andrade, que com poemas curtos, dizia coisas infinitas, coisas que até hoje o faz refletir!

Público


Poema de Oswald Andrade:

Amor
Humor

E, apenas com essa palavra conseguiu fazê-lo refletir muitas coisas, e a partir desse e de outros poemas  que também são curtos e sem métrica, rimas e regras passou a escrever suas poesias, e daí surgiu o poeta Chacal. Foram duas horas de bate-papo, conversas e declamações, de onde surgiu até uma "cobrança" por parte dele para que realizassemos periodicamente um sarau na Biblioteca, para que as poesias não fiquem apenas em papéis, e sim para que a poesia saia de dentro das pessoas em forma de palavra, pois só assim surgirá novos poetas e a poesia se mantém viva.
Foi assim com seu projeto CEP 20000 que é realizado no Rio de Janeiro a mais de 30 anos.

Chacal declamando suas poesias
Poema declamado na biblioteca:
 Fogo-Fátuo

ela é uma mina versátil
o seu mal é ser muito volúvel
apesar do seu jeito volátil
nosso caso anda meio insolúvel

se ela veste seu manto diáfano
sai de noite e só volta de dia
eu escuto os cantores de ébano
e espero ela chegar da orgia

ela pensa que eu sou fogo-fátuo
que me esquenta em banho-maria
se estouro sou pior que o átomo
ainda afogo essa nega na pia.

Publicado no livro Nariz Aniz (1979).



Chacal e a Equipe Biblioteca
Por fim, podemos dizer que foi um encontro muito agradável, aprendemos sobre a nova poesia brasileira, e além de aprendermos tudo isso e muito mais, conhecemos uma figura muito especial, que com uma simplicidade única, proporcionou uma manhã especial e para ficar em nossas memórias!! Valeu Chacal!!!

O evento foi realizado graças à:
  • Equipe Biblioteca (Luiz, Jaqueline e Jamilson)
  • Departamento de Cultura (Noemi e Fernando)
  • Equipe de Som (Marcelo)
  • Imagens (Aldrin)

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Poesia Marginal? Em outubro, na Biblioteca Municipal de Cananéia, com RICARDO CHACAL!!

RICARDO CHACAL
 
Um poeta irreverente! É assim que esse poeta é chamado, se bem que, Chacal é mais conhecido como músico e letrista — com parcerias célebres com Lulu Santos, 14 Bis, Blitz e outras bandas e compositores de sucesso — Chacal é também, e sobretudo, um poeta criativo, original, irreverente.  Surgiu com Muito Prazer , Ricardo (1971) e desde então colabora em antologias, revistas impressas e eletrônicas, em performances, como autor e editor de livros, cronista, guionista, o escambau.



Ricardo de Carvalho Duarte (Chacal) nasceu no Rio de Janeiro em 24 de maio de 1951.
Poeta. Letrista. Agitador Cultural.
Filho de Marcial Galdino, ex-jogador do Fluminense.
Entre 1972 e 1973, morou em Londres e Lisboa.
Fez parte do grupo de poetas, músicos e artistas "Nuvem Cigana", com o qual montou diversos eventos de nome "Artimanhas", percorrendo circuitos alternativos e universidades na década de 1970.
Publicou vários livros de poesias e crônicas, entre eles: "Muito Prazer, Ricardo", 1971; "Preço da Passagem", 1972; "América", 1975; "Quampérius", 1977; "Olhos Vermelhos", 1979; "Nariz Anis", 1979; "Boca Roxa", 1979; "Expresso Voador e Tantas Coisas" (crônicas), 1982 e "Drops de Abril", em 1983.
Em 1977, formou-se em Comunicação pela UFRJ.
No ano de 1978, foi co-autor da peça "Aquela Coisa Toda", com Asdrúbal Trouxe o Trombone.
Em 1983, foi co-autor da peça "Recordações do Futuro", com o grupo Manhas e Manias.
No ano de 1987, publicou o livro "Comício de Tudo", no qual reuniu poesias e crônicas publicadas em vários jornais, como Folha de São Paulo, Jornal do Brasil e Correio Brasiliense.
Em 1996, editou a revista O Carioca, que trazia em seu conselho editorial Adriattigliani, Barrão, Fausto Fawcett e Waly Salomão. Em 25 de janeiro de 1999, foi lançado o nº 3 da revista.
Ao lado de Bruno Levinson foi um dos criadores do espaço CEP 20.000 (Centro de Experimentação Poética), no qual se apresentavam performers, bandas de rock e vanguardas em geral, além de sambistas, funkeiros e batedores de lata. Inicialmente o evento ocorria no Espaço cultural Sérgio Porto e posteriormente, em 2007, no Teatro do Jockey. Neste mesmo ano de 2007 lançou, pela Editora Cosac Naify, a coletânea de poemas "Belvedere", reunindo trabalhos publicados em 35 anos de carreira. O livro também foi acompanhado por uma edição facsímile do livro de poesias "Quampérius", publicado em 1977. Apresentou-se, também em 2007, em um festival de poesia lusofônica em Nova York. 

LIVRO INDICADO PARA O EVENTO


Eles os

Eles são assim mesmo:
estranhos bizarros
quimeras sob os cabelos

eles são assim mesmo:
búfalos pirados
e a arrogância necessária
para sobreviver

quando você vir um poeta
tire o chapéu:
ainda não nasceu
quem possa matá-lo

eles são assim mesmo:
insolentes.